quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Rimas do dia a dia achadas em velhos cadernos

         1

Versos abortados
       
Na panela cheia
No prato na mesa
vi o poema
não o garfei
enjoei...

         2
Na fala do personagem
senti tesão
vi a inspiração
Nas agora
não sei  pra onde foi
a canção

        3
Estranho
eu poeta
Eu  mesmo,
ou
alguém por mim?
Versos
concretizam emoções
reconheço todas elas,
Mas,
duvido que as escrevi

         4

Desconhecido

Na carapinha trançada
brilhavam
pingos de luz
Saiu da chuva
como um astro.
Pop anônimo
Me seduz
     
       5

O esgoto
invadiu a cidade
O leito dos rios
A mente dos homens
sem horizontes
Apagou o pavio

        6

Desejo

Quero você
Sensual sorvete
 que derrete
com um toque na pele
misturando sabores
tão diferentes
num frio de 40º

        7

 Grande promoção
show de produção
carro equipado
múltiplas escolhas
tentação!
Como é complicado
comprar arroz e feijão!

         8

O tempo
esgota a vida
que transborda
faz marcas distintas
afasta,aproxima...

          9
Saco cheio

Xícara repleta
transborda o excedente
escorre rio
escuro e quente...
Assim transborda minh`alma
Que vá
o que não consigo jogar fora

Postagem fora do tempo 1

Dias das Mães, maio 2018
Não gosto desses dias particularmente seja mãe, pai, avô, crianças.... Acho que deviam ser substituídos pelo dia da Família. Família é algo mais abrangente, não importa o sobrenome e sim os laços de afeto. Lógico que devemos respeito e consideração aos familiares, mas repeito,
consideração, não significa amar. Pai, mãe avó e vô, tios, tias, primos,,, são os que nos acolhem sendo de sangue ou não. É a família espiritual se delineando no planeta. 

domingo, 13 de maio de 2018

Quem cresce quer casa.



Hoje resolvi olhar o Blog. Fica esquecido, mas sempre me lembro dela. Acho que funciona como um diário esquecido que as vezes eu pegava e nele rascunhava. Vi este texto, quando abri meu blog,  no rascunho,  sobre um programa que vi tempos atrás com meu marido, ano passado (2017). Achei pertinente publicar,  pois hj. diferente do personagem do programa, muitos se vêem  encurralados para casa dos pais por falta de opções de trabalho. Mas, têm os que se acomodam e vão ficando. Não criaram asas para  para voar, triste. Ter nosso espaço seja pequeno, grande, rico, pobre... é uma grande conquista necessária para nosso crescimento.

Quem cresce quer casa longe da casa onde cresceu.

    Essa postagem surgiu   após meu marido e eu, nesse fim de semana, vermos um programa, excelente por sinal, da TV cultura TERRADOIS | "O chefe que virou chef". O episódio enfoca a relação de  um filho trintão, dependente, com o pai. Ele, o filho, questiona o pai sobre sua nova vida, namorada. Até que o pai deixa com ele o apartamento e as contas e vai com a namorada viver a vida. Acreditem o filho ficou perplexo. Como se fosse um absurdo.
A casa dos pais é dos pais. Mesmo que essa casa hoje, seja do pai e da madrasta, ou da mãe e do padrasto.  Cabe a eles estabelecerem as regras da casa, receber e viver  conforme quiserem,  com o ritmo que for determinado por eles. 

Triste ver uma sociedade com adultos engessados na casa dos pais. Difícil e desagradável no meu ver, a situação atual de uma geração de 30, 40 anos dentro da casa dos pais  sem perspectivas.  Hj. a situação sócio econômica está muito difícil,  é fato.  Lógico que a vida dá muitas voltas e as vezes nos empurra para situações onde precisamos voltar,  e é bom saber que podemos contar com  ajuda dos pais nessas hora. Mas,  sempre na perspectiva de que é passageiro. Adulto quer seu espaço. Que novos tempos soprem nossa política e  economia. Que o país  volte a oferecer emprego e oportunidade de trabalho para todos. 

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ponta, dá verso?


Ponta
aponta
para que?
tédio?
tristeza?
ansiedade?
Que ponta
aponta?
Cabe a questão.
Cinza
direção...




terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Chegou mais um ano dessa minha etapa nesse tempo.
Mesmas dificuldades lidar com minha mãe idosa que não aceita a realidade da vida, não assume suas escolhas e falhas e  centra-se só em seus caprichos. Digo caprichos, porque suas necessidades  são atendidas. As emocionais já desisti de fazer mais do que posso. Pessoa inflexível, cheia de amargura, infelicidade,  que nada do que faço ou fazemos,  está bom para ela. Língua ferina.  Onde vai arruma problemas.  Hoje estou me convencendo disso e procuro aceitar. Quem não quer mudar permanece presa. Se isola e cria barreiras. Hoje entendo o ditado "quem é bom morre cedo". Lógico, aprendeu as lições da vida e pode partir para novas experiências. O que não aprende agir com compreensão, tolerância, flexibilidade se centrando no egoísmo e orgulho vai ficando por aqui para ver se aprende a agir diferente diante da vida. Na realidade essas pessoas sempre foram difíceis, com o tempo pioram.
A lei dos homens é falha. Não se pode obrigar ninguém, um idoso por exemplo,  a se tratar ou a tomar medicamentos. Por outro lado responsabiliza parentes pelos idosos. Ótimo quando o idosos  compreende suas limitações. Quando não quer compreendê-las  e faz o que quer, criando situações difíceis para a família que quer cuidar, amparar mas não consegue.
O bom dessa situação é que estou aprendendo a envelhecer de outra forma. Não serei um peso para filhos, netos, noras, enteados. Um casa de idosos é o melhor para passarmos nossa velhice. Procurar , visitar, se planejar e escolher é minha meta e de meu marido. Que venha a velhice, quer dizer, velhos já estamos na concepção do século passado XX . Por isso,  estamos  nos planejando para o momento que cada dia fica mais perto para envelhecer com paz e harmonia com nossos filhos, noras, netos e amigos.

sábado, 5 de novembro de 2016

Incrível só agora vi que essa postagem não foi publicada. É de fevereiro de 2016. Publico agora "fora do seu tempo" pois descreve emoções que vivi.

Chegou 2016
       Ano passado quase nada escrevi ou nada mesmo. Foi um ano difícil, Minha netinha Sara ficou muito doente  quase dois meses hospitalizada entre CTI e quarto. Momentos difíceis e doloridos. Dor por ela e seu sofrimento e por ver meu filho e nora desolados. Naqueles dias sentimos a solidariedade de tantos amigos e de amigos de amigos que não conhecíamos com o apoio de palavras de esperança e de orações doações de sangue que ela precisava seguidamente. Pessoas de várias religiões nos apoiaram com suas orações e serei eternamente grata. Como costumo dizer Religião é invenção do homem, regras, rituais..., mas a religiosidade é algo que brota dentro de cada um numa busca da essência divina que há em nós e na hora da oração é isso que conta. Foi com essa religiosidade e solidariedade com  que contamos. Serei eternamente grata a todos.
      2015 teve momentos bons tb. O primeiro foi comemorar em família os dois anos da Sara ainda em recuperação, mas já em casa e o outro foi  participar do primeiro aniversário da minha outra netinha Manuela. Foi muita felicidade para mim participar desse momento. Estar com meu filho Leonardo e sua família, assim como meus outros filho e nora foi gratificante. Fazia tempo que não tirávamos uma foto de todos nós incluindo o pai de meus filhos. Estar com o Leonardo mesmo distante foi uma alegria íntima enorme assim como tb. estar com  minha netinha no colo. Vou providenciar as fotos que estão no meu I pad para inserir aqui.
       Minha mãe continuou como sempre foi. Insatisfeita e não sei porque ainda me incomodo com isso. Ela vai morrer assim. Implicando, esbravejando e gritando com tudo e com todos. Nada está suficientemente bom para ela. Comemoramos seus 89 anos em Catanduva, SP onde mora.
Em outubro voltei a Catanduva para os 90 anos do colégio onde praticamente cresci interna. Foi um reencontro com minha meninice e adolescência.  Percorri o colégio onde praticamente cresci sob os olhares das freira. Só uma estava viva a irmã Gertrudes. A irmã Rosa eu não tenho certeza se foi da minha época. As de quem me lembro já desencarnaram. Ir Noemi, Ângela, Aloisia, Luisa, Maria de Jesus, Cândida e "Mamer"  entre outras. Umas eu gostava muito, outras nem tanto, tinha uma puxa saco e por isso era muito ingrata com as demais. Minha ida para o colégio foi traumática para mim. Minha mãe dizia maravilhas, que todos os dias passearia de ônibus, nunca me levou para conhecer o local e quando fui fiquei de vez apavorada com um mulher vestida de preto (freira) que me levou para um refeitório cheio de meninas que me olharam ao mesmo tempo. Gelei, mas resolvi não chorar e encarar também. Não sabia o que pensar naquele momento confuso. Só pensava não tenho mais família, fui excluída. Assim cresci. Minha família núcleo passou a ser algo onde nunca consegui me integrar totalmente. Minha irmã foi um ano depois de mim para o colégio. Acredito que para ela foi mais fácil. Hj somos grandes amigas.Tínhamos direito a saídas a cada 15 dias e eu aprontava para ficar de castigo e não ir para casa. Adorava o colégio só para mim e mais umas ou duas meninas que não tinham família, ou família muito  longe  e por isso nunca ou quase nunca saíam. No colégio foi onde despertei para o trabalho voluntário. Quem se tornava "filha de Maria" acompanhava a irmã Ângela na assistência aos necessitados num bairro pobre toda semana. Eu mais que depressa, para sair, me tornei uma filha de Maria e adorei a atividade realizada na época na Vila Capim.  Hj. agradeço ter ido para o colégio interno pois em termos de formação humanística acrescentou muito aos meus conhecimentos. Outros traumas fui me livrando em terapias por diferente momentos da vida. Na época foi o  que minha mãe pode fazer. Lembro de uma cena do meu pai relutando em me internar, enquanto minha mãe falava maravilhas do colégio, mas foi voz vencida.  Hoje por outro lado vejo como uma enorme sorte. Ganhei em termos de educação e informação, cultura humanista, estudo e  leitura.

      

sexta-feira, 4 de novembro de 2016



Ano de mais uma despedida, mais um adeus momentâneo, quem sabe, um até breve, querida?
Para tia Norah    4/11/2016

Tantos momentos compartilhados
 Viagens marcadas na memória até hj. Caxambu, São Lourenço. Ela toda elegante e tio Deca, seu marido cheio de graça nos fazendo todas as nossas vontades. Viagens de poucas horas com os dois duravam muitassss... Ele parava em cada canto que tivesse uma bica ou algo pitoresco. para se ver ou para comer. Vale lembrar que pitoresco podia ser uma jaqueira plena de frutos, uma venda sujinha de pamonha, uns micos no mato.. Esse marido muito amado, mas sedutor que não sabia valorizar seu amor e o distribuía. Vivia de sonhos e ilusões Aproveitando a vida. A respeitava a seu modo e ela sofria, mas nunca a vi reclamar. Lecionou muito tempo, adorava a profissão, quando se aposentou me deu seus livros e material pedagógico, pois eu começava a cursar o normal, nome do curso de formação de professores na época. Ela era muito espirituosa, muito faceira bonita moça. Podia ter sido uma grande atriz, seria ótima. Porém, a vida não foi tão boa com ela. Viveu com muitas decepções.   Perseguiu tanto o amor e o objeto de seu amor  não soube valorizar seus sentimentos. Altos e baixos viveu ao lado dele. Tantas perdas até que se perdeu de si mesma  de si mesma. Deprimiu.
Ficou anos sem paz, sem alegria, mas reagiu no fim da vida. Voltou a cantar, a rir, a fazer graça, querer beijo na boca, a fazer poesia. E Voltou a viver depois dos 80. Foi nossa mamãe Noel deixando nosso Natal mais bonito. Foi embora aos 93. Deixou saudades e seu carinho.