Tenho pensando muito em publicar as poesias que venho escrevendo ao longo dos anos. Poemas que falam de momentos e emoções que vivi e que se perderam no tempo. Algumas eu até já esqueci. Só dou de cara com elas, quando abro alguns dos velhos cadernos de poesia, sempre ao acaso (arrumações por exemplo). Algumas me dão raiva, como pude ser tão ridícula! outros vergonha, como fui tão assanhada! outros me fazem rir, como fui tão ingénua, tão feliz!...
Mas, como diz o rei "o importante é que emoções eu vivi", sobrevivi e me tornei essa pessoa ainda um tanto indefinida, sempre em busca da minha essência, que quando acho que "agarrei" me surpreende com nuances que eu não havia me dado conta que continha. Umas bonitas... outras sinistras...Assim, agradeço por todas elas.
Desta forma, estou eu diante de um grande dilema. Publico os poemas na rede ou não publico? Me exponho ou continuo sonhando com pessoas lendo os meus poemas? Sonho é sonho, invento e deleto os leitores, já na internet... sei lá quem vai ler?
Até agora o meu blog só duas ou três pessoas leram, até que a net não invadiu meu espaço... pena? ou sorte?
Bem o importante nesse meu diário virtual é que eu registro meu dia a dia sem compromisso e quem quiser chegar é "bem vindo" seja junto ou separado. Sempre me esqueço dessas regras da língua mãe que tanto amo, pois foi nela que organizei meus pensamentos.
Falando em língua mãe, me lembrei agora de um poema, que fiz para o meu filho Maurício sobre palavras. Estava ele na 5ª série da escola, no 6º ano do ensino fundamental hoje, e ia haver uma feira escolar, um trabalho, (não me lembro mais, o tempo correu... hoje ele está no doutorado) e os pais deviam colaborar com alguma produção. Como ele estava as voltas com as regras ortogáficas e com toda chatice , das orações coordenadas e subordinadas que só entendemos de fato, vivendo e agindo na vida, esse poema surgiu e foi minha contribuição para a feira ou o tal trabalho.
Palavras...
Palavras que manuseio
brinco, transo, abuso.
Palavras que nem percebo,
palavras que preocupam
Palavras queridas
amadas, vivas.
Palavras desconhecidas
novas amigas (?).
Palavras que sempre vi
e que nunca entendi.
Palavras em que tropeço
e sempre esqueço o uso certo.
Palavras... palavras... palavra...
Interferem,criam, destroem.
As veses emudecem,
fazem birra
batem o pé.
Então, não adianta grafar
elas não vão falar...
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