Hoje me sinto um tanto quando reflexiva, lutando com uma ponta de depre que tenta se estabelecer. Motivo aparente não há. Minha mãe que tanto me preocupava, já iniciou um tratamento e está esses dias, na minha casa de modo calmo e harmonioso. Aceitou a companhia da nossa antiga empregada, já uma amiga, o que me deixou tranquila com sua volta para casa. Não estará mais só.
Durante minha infância quase não convivemos. Morávamos no interior de São Paulo, numa cidade que na época, não oferecia condições para uma educação mais elaborada e portanto, minha irmã e eu, fomos para um colégio interno. Saída de quinze e quinze dias, se não ficássemos de castigo, o que volta e meia acontecia comigo. Portanto... poucas idas em casa. Hoje me parece que eu provocava esses castigos para ficar no colégio pois, minha convivência com ela era difícil. Quando terminei o ginásio e deixei o colégio, fui morar fora com meus avós, para continuar os estudos e nos distanciamos mais ainda. Eis que a vida nos coloca juntas novamente. Estou cuidando dela, que se tornou mais difícil com o passar da idade.
No entanto, participei de uma consulta dela com o geriatra e fiquei comovida com suas colocações, suas dores, sua solidão. Olhei minha mãe, envelhecida, com outros olhos. Tantos sonhos mortos, pois ela não soube construir novos. Tanta desesperança... me lembrei de uma escritora africana (Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história), de quem ouvi uma palestra na internet que fala que construímos nossas histórias baseadas em poucos ou só um aspecto dos fatos e ignoramos o todo que pode mudar a história. Comecei a repensar a minha história em relação a ela. A compreender suas limitações e imaturidade. A de ver suas impossibilidades e agradeço aos amigos espirituais a oportunidade que a vida está nos dando, de refazermos nossas histórias.
sexta-feira, 12 de março de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
Carnaval 2010 - Belém do Pará
Esse ano escolhemos Belém para passarmos o Carnaval. Fomos meio no susto, em cima da hora, juntar o útil com o agradável. Belém é a terra natal do Adilson, meu marido e eu não conhecia. Essa região do país sempre me atraiu. Tinha curiosidade de conhecer a floresta, os rios, a culinária...enfim, os sabores do Norte, que ao vivo e a cores, só conhecia o do meu marido embora os demais sempre esbarrassem na minha vida, seja através,leituras,feiras e relatos...
Belém é um cidade calma, para os parâmetros Rio/São Paulo e no carnaval fica mais calma ainda. Tem um charme "retrô" com muitas praças, coretos e monumentos. Parece parada no tempo e nos leva a esquecer um pouco a correria da modernidade. A ida a Mosqueiro, ilha próxima com suas praias de rio (delta do Amazonas), o Mangual das Garças, as Docas, antigo porto transformado em moderno shopping gastronômico a beira rio, os parques, o passeio pelos rios e a visita a comunidade ribeirinha em plena floresta encantam o visitante. O famoso mercado "Ver o Peso" nos espanta com uma profusão de cores e sabores que saltam aos nossos olhos aguçando o paladar. Tanto a experimentar... de tudo que comi a castanha ao leite, fresquinha com farinha dágua é inesquecível, assim como os sorvetes também. Vi e provei uma infinidade de peixes, experimentei o tacacá que adorei. Enfim, Belém me encantou.
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