quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Finalmente publico meu 1º livro de poemas. Ele foi formado por uma série de poemas que escrevi desordenadamente numa fase de mudanças radicais na minha vida e que, de repente, os vi como que encadeados, contando minhas emoções naquele tempo.
Surgiram numa fase difícil, fim de casamento e início de uma vida nova que ao mesmo tempo que eu queria, temia os desafios. Hj. eles (os desafios idos) parecem tão longe de mim. Meus poemas agora são outros, tenho novas rimas, novas emoções de amor em minha vida que um dia tb. serão publicadas aqui. Mas agora vou privilegiar o primeiro que quando os reuni em "livro" chamei de:

Emoção: Trânsito no tempo ...

Para:
Rafael, Leonardo e Maurício,
meus poemas maiores
Adilson,
emoção do amor na minha vida

Mas, porque poesia?
Só um poema para explicar...
Escrever, poetar...

Expor
sentimentos
analisá-los
em versos
cirurgia
da alma
que
se revela
travestida
em
signos
de festa
ou
malditos.

Visto
um
poema
e
me desnudo
pro
mundo
que
se lixa
nas
suas
lutas
cotidianas
e
nem nota
como
a solidão
é sol
brilhante,
como
o amor
é harmonia
de sinfônica
em gala,
mesmo
quando
chorado


Poesia,
minha amiga,
está em todo
espaço.
Lucidez
no emaranhado,
visão
tridimensional
traz a alma
do mundo
explica
a contradição
do bem
e
do mal.
Mostra
a força
das palavras
que tecem
as tramas
da vida
linguagem
colorida
ou
sombria
mas,
sempre
significativa.




Eis, então, um recorte de
minhas emoções...



Sonhos sonhados

Sonhava acordada
dançando na vida
cansada adormeci.
Embrulhei alguns sonhos
com papel laminado
enfeitei com laços
outros perdi.
Saudade surgiu
abri os pacotes
os sonhos,
não reconheci.


E o vazio tomou conta de mim...
Olhei em volta e vi a...




Rotina



Numa gota
o sol brilhava
bailando num lago
refletindo cores
querendo batizar a vida
que se escondia
vestida de melancolia
que lia
em pleno dia
as notas da rotina.
Rota
tina
repleta de trapos
bem talhados,
viciados em cacos.
Malditos ditos
amados ditos.
Manchas arraigadas...



Pensei na vida,
minha vida,
sua vida,
nossas vidas...





Vida

Ilhada num tempo
presa por fios invisíveis
marionete do destino
morre a vida lentamente
separando em espaços
bravos guerreiros
cuja armas são idéias
lutando contra os contras;
Bravos ceguetas
braços cruzados
tudo vai bem
no reino do beleléu
vai cair maná do céu;
bravos anônimos
cujas armas são os sonhos
vivem loucos no planeta
visionários solitários
amantes da liberdade
igualdade
fraternidade;
bravos dançarinos
bailam a música do momento
pulam de nota em nota
gritam com a dissonância
mas,
não afinam a sua dança;
Bravos atores
cada um no seu papel
misturando mel e fel
purpurina na latrina
chantilly na fedentina;
bravos homens,
deuses mortais!


Nós,
movidos pela




...Esperança


Verde azulado
Verde bandeira
Verde desbotado
Verde garrafa...
O tom varia
na tela da vida.
Coração dispara,
chegou enfim!
Coração pára,
colapso de bílis!



Coração, ha! ...


Coração


Ação
de
cor
colorindo
vida.
Ida
de
sentimentos
que
voltam
rindo
indo
revigorar
matizes
da
paixão
colocando
cor
em
ação
acordando
a
sedução...



....magia em ação.
Seda..
Ceda...



Sedução


Barco a vela
impulsionado pelo
vento
numa só direção:
desejo
que desperto,
afoga
em ótica
erótica
a
razão.
Filigrana
de sentimentos,
vestidos
de cores
irreais,
tecendo
teia
de
doce magia.
Melo-
dia
no
céu
da
paixão...


Paixão.....recordações...

E se fez presente a...

Nostalgia

Indefinida
agonia
tudo ia
nada vai...


Enquanto...


...Caminho
em trilhos
por mim
traçados
caço
cacos,
pipas
no espaço,
meus "eus"
ultrapassados...
Miragem:
vejo jacintos
em toda parte
enquanto
ouço
o eco dos
meus passos...

Passos...
Meus passos...


Passo
a
passo
avanço
no
tempo.
Passo,
não quero.
Quis,
faltou coragem.
Exposta,
passo disposta
postura triunfante
poste de luz
passo
apago.
Passo
engomo
sentimentos amassados.
Trocamos passos
num compasso
imaginário.
Sonho,
passou
seu
passo...


E o tempo se fez...


Madrugada

Fim de filme.
Fim de noite.
Nova espera
nada primavera.
Melancolia,
escrevia eu
poesia
procurando
em cada palavra
novo soneto
em minha pauta já gasta.
Versos,
universo de sentimentos
tingindo um mar
de róseas palavras.
Me afogo em metáforas
tremendo de medo da morte
sem achar meu norte.
Minha bússola
seu toque,
retoque de aquarela
que quero reter
querendo somente viver
com ou sem você...
Nada importa
basta fechar a porta
procurar dentro de mim
a chave mestra
desligar o coração
andar na contramão
comprar um cão
esquecer tanto tesão
sentir dor no dedão
fazer pão
calmamente em tardes mornas
esquecer a vida lá fora
dar um basta nas fofocas
só ouvir a minha voz
cantando a minha canção
na rima do ÃO



... entÃO meu riso ecoou no espaço...




Meu riso
solto,
qual brisa
fazendo festa
pra borboletas
revoltas,
embalou
minha alma
e
eu
acreditei que ia.
Ia me livrar
da angústia disfarçada
que se veste de euforia;
das culpas arraigadas
que cismo:
são todas minhas;
das ciranda
que gira em torno
de pontos
que se
fingem mortos.
Malandros
ou
malandra
sou eu?


somos nós, pois...


Somos
o que
somos
nada além.
Aceitamos,
rejeitamos,
amamos,
acontece
não escolhemos.
Incógnitas,
teoremas.
siriemas,
dilemas...
Prefiro siriemas
leves
soltas
em selva
de concreto.
Hipotenusa?...
Não,
quero a semifusa
confusa
toda nua
desafiando
harmoniosamente
minha vida.
Loucura,
quero ser sua musa.


E quero mais.. Quero...

Lual

Hoje
vou dançar
pra lua,
me despir
vestir seus raios,
bailar
no espaço infinito,
girar
na órbita dos sonhos,
me fixar
numa ciranda
de energia
ou,
me perder
numa dança
desvairada
terminar
na madrugada
despudorada
numa
estrela
destramelada

Onde vou...


Extravasar
o cotidiano,
alçar
o imaginário
namorar
o alienígena
em roxo planeta
com flores
transparentes
sem parentes
sem cobranças
só nas danças
das cirandas
dos sentimentos
genuínos
que só existem
na esfera dos sonhos



Meus sonhos que sequestrei,
querendo me refugiar no ...

Nada,
persigo.
tento...tento...tento...
tentando preencho o espaço.
Quero o oco.
Amo o nada.
Impossível oásis
de fuga na sanidade



que me faz pensar...


Meu pensar
me faz
saltar
em órbitas
difusas
onde
fusas
e
semifusas
confusas
entoam
canções
idas
que
julgava esquecidas.
O rítmo
acelera,
o vento
acena
tempestade,
a chuva fina
cai
sob um sol divino.
Meu passado
num laço
atado
as
emoções vividas
fisga
meus sonhos
abortados....

Mas, por eles já não choro porque

Meus sonhos
na trilha
das rotas
cansadas
fugiram
da estrada
num raio
de prata
fecundaram
as estrelas
geraram
novas rotas
voltaram
renovados...

acalmando a...

Ânsia

de chegadas
de partidas
indefinidas
rotas...
Da procura
da cura
em milagres vazios,
fora do ninho
da ação,
sem emoção.
Do amor
divergente,
das rimas
descarrilhadas
nos trilhos
da vida
causando
desilusão...
e foi assim que

No meio do caos
percebi sua voz
não ouvi.
No meio da alegria
ouvi sua voz
achei que me iludi.
No meio da dor
ouvi sua voz
quis seguir.
Procurei você
nos livros de preces,
nas cerimônias
cheias de tédio,
nos milagres
dos santos,
não consegui.
Procurei você
nas mágicas,
nas soluções fantásticas
e
no tarô
me perdi.
Procurei você,
vi meu próximo,
seu povo sofrido,
achei o caminho
vou seguir
escrevendo
meus versos
mesmo sabendo
que ainda não consegui
entoar sua canção
porque:


Meu poema maior
minhas rimas não aprisionadas
vagam
como estrelas
no céu
da minha imaginação.
Meu lápis
caça
ilusão
conversa fiada
tecida em coloridas
idas palavras...
Larvas
consomem o meu escrever.
O tempo se esvai.
Vejo meu eu em tantos outros
girando em órbita
de estranhos poemas
em versos desconexos
e comprendo:
Somos ainda
metáforas
nas órbitas dos sonhos
driblando realidades...

Iliana





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